Nápoles na pandemia

A cidade do grito "Libertà, Libertà" aonde aconteceram as primeiras revoltas na Italia contra o lockdown, tem também muitas iniciativas a favor de quem mais precisa.
Depois do "café suspenso" e do "panaro (cesta) solidário", surgiu também o "teste grátis" para os mais necessitados.
O "café suspenso" é uma iniciativa que permite pagar um café a um estranho.
O "panaro solidário" a emergência do Coronavírus que atingiu a Itália fez com que uma antiga tradição em Nápoles voltasse à moda nos últimos dias: a do "panaro" (cesta).
"O 'panar" é uma cesta de madeira trançada ou, alternativamente, de plástico que, com o auxílio de uma longa corda, é baixada da varanda da casa para recolher as compras trazidas pelo "menino" da loja.

O panaro não está apenas de volta à moda, mas também se tornou "solidário". No coração do centro histórico da cidade, na via Santa Chiara, surgiram dois panari baixados de um edifício, com as palavras "Quem pode coloque, quem não pode leve".
A solidariedade dirige-se àqueles que, neste período em que muitos não podem trabalhar, se encontram com dificuldades para fazer compras todos os dias. O convite para quem tem mais recursos financeiros é compartilhar as compras com outras pessoas que estão passando por um período particularmente difícil nos dias de hoje.
Já sabíamos que os napolitanos eram um povo generoso, criativo e solidário, tanto que, durante a pandemia do coronavírus, o coração de ouro dos napolitanos se manifestou várias vezes.
Do café suspenso, ao "panaro (cesta) solidário", chegamos em novembro 2020 ao "teste suspenso", que permite as pessoas doar um teste de Covid, para aqueles que não podem comprá-lo.
A iniciativa, com curadoria da Fundação San Gennaro e da associação "Sanità - Diritti in Salute", teve início no coração da cidade, no Rione Sanità, e, mais precisamente, na Igreja de San Severo, em novembro. A Associação - Direitos em Saúde, foi até premiada recentemente pela sua atuação.
Em suma, todos projeitos a favor dos que tem menos, dos idosos, dos pobres, dos sem-teto, para que a saúde seja verdadeiramente acessível a todos e não se torne um privilégio de poucos.
Nápoles tem seus defeitos, mas em solidariedade é um exemplo para a Itália e para o mundo.
Djàvlon