Na Itália agora, nós, só morremos de Covid

07/03/2021

Parece quase uma utopia, mas na história recente da Itália, nunca foram tão poucas as mortes em fevereiro, mas a Itália ainda está em lockdown.

Realmente parece um paradoxo, mas esta é a conclusão tirada por Paolo Becchi e Giovanni Zibordi, dois conhecidos colegas jornalistas italianos (affaritialiani.it de 4 de março último), com base nos dados semanais processados ​​pelo Observatório Europeu de Mortalidade (disponível aqui). Com as novas regras em vigor a partir de hoje, 6 de março de 2021, impostas pelo novo chefe de governo Mario Draghi, pouco parece ter mudado na gestão da pandemia, em grande parte idêntica à anterior. As cores das zonas permanecem (agora até tons especiais são adicionados, alem do vermelho, laranja, amarelo e branco), o toque de recolher permanece, mas principalmente os fechamentos permanecem. Não importa se é ao ar livre ou internamente, a maioria das empresas não consegue administrar um negócio normal. As eleições locais também foram adiadas. 

"Dizem que o contágio está aumentando dramaticamente. Mas a questão é que, não há aumento nas mortes, que foram na Itália, as mais baixas já registradas para todo o mês de fevereiro, na historia. Estamos falando de mortes totais, não apenas aquelas "Covid" mencionadas nos boletins de TV. O que acontece é que agora a mortalidade geral, tanto na Europa como na Itália é baixa". 

E ainda "O Istat* não fornece o número de mortes todas as semanas, apenas fornece as da Covid, mas deve fornecer ao Observatório Europeu todos os dados e isso elabora-os fornecendo um índice que permite a comparação com anos anteriores e entre países".

A taxa de mortalidade excessiva na Itália, que mede as mortes acima da média, caiu para -0,9 na última semana de fevereiro. 

"Em um mês, desde sempre, marcado pela pneumonia de inverno, nunca aconteceu que estivesse abaixo da média anual. Deve-se indiretamente concluir que as mortes realmente ocorridas por outras doenças agora são catalogadas como Covid"

escreve Becchi

"Por que se encerram as atividades econômicas de milhões de pessoas e se evita a vida normal de dezenas de milhões de pessoas se a mortalidade voltou ao normal? Por que se evitam as eleições? O Presidente da República da Italia concedeu de fato a autorização para formar um novo governo (para o Sr. Draghi, nunca eleito, porque?)."

"O órgão encarregado da detecção para fins de política de saúde observa que o total de mortes na Itália durante este mês de fevereiro é inferior à média dos anos anteriores e não detecta nenhuma emergência",

concluem os dois jornalistas. Portanto, na Itália (mas talvez no mundo) as pessoas morrem principalmente de cobiça.

Djàvlon